terça-feira, 12 de julho de 2011

CHILDREN OF BODOM - Implacáveis, Imprudentes e Sem-Neve no Canadá

Por David Perri de bravewords.com

Pelo menos eles não estão fazendo turnê pelo Canadá durante o inverno.
Qualquer viagem pelo Canadá é um desafio para as bandas, já que o vasto território canadense e as longas distâncias entre as cidades fazem com que até os obstinados cães que puxam trenós na neve indaguem-se sobre o término da viagem. Mas, apesar destes desafios, CHILDREN OF BODOM por mais uma vez inclui o Canadá, e porque não? O "relâmpago" finlandês de Espoo teve inegavelmente um ano excepcional em 2011. O retorno do grupo para promover o álbum Relentless Reckless Forever foi unanimemente elogiado, e a turnê da banda foi um sucesso por qualquer padrão de medida. Depois de ficarem 'blooddrunk' em Vancouver, Calgary, Edmonton, Saskatoon e Winnipeg, Children Of Bodom leva o seu 'hatebreeding' para Montreal, Toronto e Halifax posteriormente neste mês, finalizando sua viagem pan-canadense com alguns dos fãs mais exigentes da América do Norte. Children Of Bodom tem inclusive uma pessoa que fala francês no seu meio, o baixista Henkka Seppala, dando uma maior dimensão canadense à permanência temporária da banda no grande continente branco (mais desse fator francês num minuto).

"Essa turnê canadense está indo bem, " diz Seppala. "Temos um monte de datas canadenses e foram muito bem. Hoje estaremos em Saskatoon. Nós temos um par de shows menores em Edmonton e Winnipeg, mas tem sido divertido. As coisas estão indo bem e essa turnê tem deixado um sentimento muito bom. O tempo está também muito agradável, porque é verão. Nós nunca estivemos aqui durante o verão antes. Sem neve desta vez (risos)."

Uma outra área que não recebeu nevascas, metaforicamente pelo menos, foi a recepção ao Relentless Reckless Forever. Pela primeira vez em um longo período, Children Of Bodom encontra-se envolto de um louvor aparentemente interminável pelo novo álbum.

"Essas resenhas positivas são incríveis para nós realmente, porque normalmente resenhas para novos álbuns não são muito boas," Seppala explica. "Normalmente, quando você lança um álbum, você ouve as resenhas negativas. Entretanto com este, nós estamos ouvindo na maioria das vezes positivas. Que é estranho para nós (risos).  Nós somos acostumados a receber as ruins. E eu acho que isso é muito normal para as bandas que tem vários álbuns lançados. Você está sempre sendo comparado ao seu material antigo e ninguém está contente. Nós ficamos surpresos com o quanto esse álbum está recebendo resenhas positivas."


O fato Relentless Reckless Forever marca a decolagem dos Black Label Society-ismos de Are You Dead Yet? e Blooddrunk e vê o retorno à tendência old-school de Hatebreeder e Hatecrew Deathroll que certamente agradou aos fãs e críticos que clamavam pelo retorno à era clássica. É a opinião de Seppala.

"Eu concordo que há elementos melódicos antigos neste álbum. Isto deve ser porque houve comentários positivos. Há elementos similares aos antigos álbuns, portanto talvez este seja um dos motivos. Mas foi muito natural. Nós nunca escolhemos ou planejamos quando compomos as músicas, elas apenas surgem. E nós percebemos 'Uau, isto soa como o Bodom melódico.' É muito natural."

Não que o flashback do Relentless Reckless Forever aos clássicos signifique o "swansong" ("canto do cisne", expressão que é usada para caracterizar os momentos finais da vida), ou seja, o adeus. De modo nenhum.

"Para mim, o objetivo desta banda é apenas continuar fazendo música como fazemos agora e apreciá-la meticulosamente," diz Seppala. "Nós nunca realmente estabelecemos quaisquer objetivos formais, mas nós queremos continuar nos divertindo escrevendo nossas músicas. Nós também queremos apreciar a vida na estrada que levamos agora. Toda noite é divertido subir ao palco para tocar estas músicas aos fãs. Manter isso por um longo tempo seria nosso maior objeitovo e a maior conquista. A grande essência é sermos capazes de expôr nossa agressiva energia nas músicas. Se em algum momento perdermos isto, nós não seremos capazes de sentirmos-nos satisfeitos com os álbuns. É muito mais nosso lado diferente a chave para continuar fazendo isso. Nós somos caras felizes e companheiros normais, então é uma forma de pôr os sentimentos ruins para fora. Metal chuta bundas. Te dá um sentimento de agressividade, mas de uma maneira boa. É isso. Se nossas músicas não tiverem isso, então não são nossas músicas. Temos que compor novas músicas, porque esse sentimento precisa vir à tona. Somos sortudos por sempre ter tido isso."

Grandes conquistas têm sido plenas para o Bodom, começando com os supracitados e amados clássicos Hatebreeder e Hatecrew Deathroll. Ambos os álbuns são Children Of Bodom no ápice das letras das canções e os álbuns assumiram seus lugares no metal como resultado de sua longevidade.

"Hatecrew Deathroll é um álbum muito sólido," relata Seppala. "É um álbum consistente. Tocamos várias músicas ao vivo deste álbum e isso já diz muito. Mas também  este foi o primeiro grande álbum que fizemos no mercado americano. Foi um negócio inovador para nós. Eu acho que os três primeiros álbuns soam mais como o som mais antigo, porque eles ainda têm influência neo-clássica. Hatecrew deu início às composições modernas. É a margem entre o Bodom antigo e as coisas mais recentes. Com Hatebreeder, é principalmente nostalgia quando olho para trás. Foi o segundo álbum e tinha muita pressão sobre nós. Ficamos surpresos pelo reação ao primeiro álbum, então o Hatebreeder não foi tão fácil de fazer. Hatebreeder foi há muito tempo. Foi trabalho duro, mas éramos apenas uns jovens. Eu não gosto do som, é um pouco clínico demais. Muito agudo. Não é muito natural ou 'groovy'. Mas isso era parte do nosso desenvolvimento e era realmente importante fazer aquelas escolhas para as gravações porque nós estávamos em desenvolvimento como músicos mesmo. O cara que estava gravando era realmente rigoroso, não deixaria nada no álbum que não estivesse perfeito. Foi como uma experiência de amadurecimento musical."

Então, sim, de volta aos falantes franceses no Children Of Bodom. Como é que um finlandês de fora de Helsinki fale francês - idioma oficial do Canadá junto ao inglês - fluentemente?

"Eu fui ao École Française em Helsinki e então continuei estudando francês no colegial e um pouco na universidade. Eu tenho amigos franceses e também já morei na Tunísia, em Tunis, por alguns meses. Francês é meu primeiro idioma e eu treinei-o na Tunísia."

Sendo o grupo nativo de Suomi (Finlândia), Seppala soube reconhecer a importância de seu país  no som de Children Of Bodom.

"Vivemos na Finlândia por 30 anos e compusemos todas as canções lá, também. Então, obviamente, é um grande negócio. É nossa identidade e nossa visão de mundo é muito finlandesa. É ponto de vista finlandês.  As pessoas sempre perguntam por que a Finlândia tem tantas bandas de metal, será porque temos longos e obscuros invernos e as pessoas são depressivas? Não sei se esse é o caso. É difícil dizer o quanto ser da Finlândia nos afeta, mas com certeza é grande parte de nós. Porém qual seria a diferença se fossemos da França ou Portugal? Eu não sei a resposta para tal (risos)."




OBSERVAÇÃO:
Este artigo, além de entrevista, apresenta a opinião pessoal do autor da bravewords.com, David Perri. Aqui foi feita apenas a tradução e não nos responsabilizaremos pelo conteúdo e opinião do autor. Os comentários são todos bem-vindos, no entanto.


Fonte: www.facebook.com/childrenofbodom ; www.bravewords.com

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