sexta-feira, 8 de abril de 2011

Entrevista com JASKA do CHILDREN OF BODOM

Recentemente Children of Bodom começou a Ugly World Tour após o lançamento do seu sétimo álbum Relentless Reckless Forever. Hoje à noite eles estão visitando Gotemburgo (SWE) e eu tenho a oportunidade de fazer uma entrevista com a banda.



Como um velho fã de Children of Bodom, eu tive vários anos para formular as perguntas que eu tenho desejado fazer. Eu sempre quis saber mais sobre a sua perspectiva sobre a música e questões pessoais. É por isso que esta entrevista não terá perguntas sobre como foi o processo de composição e gravação do disco desta vez, ou porque  eles escolheram trabalhar com Matt Hyde, ou de quem foi a idéia de fazer o cover do Eddie Murphy; porque muitos jornalistas já fizeram isso, provavelmente muitos outros irão fazer, e eu simplesmente tenho outras perguntas que eu quero saber as respostas.



A entrevista teria sido perfeita se todos comparecessem, mas hoje eu só conversei com Jaska. Mas estou feliz porque eu nunca li nenhuma entrevista com ele. Isto é o que ele tinha a dizer.



Quando eu pergunto ao Jaska como ele está indo ele diz que não está muito bem. Ele tem levantado toda noite devido a um vírus estomacal. Ele é calmo e educado e tem um bom tempo para responder as perguntas.




Então, como Estocolmo o tratou noite passada?

- Foi muito divertido, como sempre. Acho que todos nós gostamos de tocar lá e as pessoas realmente gostam de nos ver no palco. Mas, na primeira música, nós tivemos um problema e a energia caiu, então foi um pouco estranho. Mas depois de algumas músicas eu me diverti e nem sequer lembrei de que aquilo aconteceu.



Quais músicas do novo álbum vocês escolheram para essa turnê, e como foi a resposta do público em geral?

- Not My Funeral, Ugly, Roundtrip To Hell And Back, Shovel Knockout e Was It Worth It?. Bem, eu acho que foi ótima, quero dizer, as pessoas tiveram tempo suficiente para ouvi-las e acho que essas músicas são boas músicas ao vivo. Pelo menos as pessoas estão se movimentando, não estão apenas lá. (risos)




Vocês sempre tiveram "Bodom" em pelo menos um dos títulos das músicas em seus álbuns, mas não desta vez. Por que não?

- Ouvi dizer que Alexi apenas esqueceu. Então, não tem nada de misterioso ou algo assim, foi apenas um erro...

...merdas acontecem?

- É, merdas acontecem. (risos)



Vocês tomam a decisão de quais bandas vão apoiá-los em turnê?

- Normalmente é assim, a nossa administração nos dá opções e nós escolhemos a melhor, para de alguma forma, atrair mais pessoas. Às vezes nós gostaríamos de ter uma banda específica, mas não é possível devido à situação dessas bandas, eles podem estar em turnê ou terem outros planos.



Então, como é estar em turnê com seus amigos do Ensiferum?

- Bem, eles são finlandeses, nós os conhecemos bem e eles são engraçados. Eu acho que é bem fácil.



Em que país o Children of Bodom tem a melhor apresentação?

- Bem, hmm. Recentemente foi o Canadá, tem sido muito bom para nós. Mas na última turnê nós, de alguma forma, fodemos tudo, sabe, por tocar no nosso Título Europeu depois de um ano do lançamento do álbum, foi realmente frustrante. Então, agora é realmente bom começar uma turnê na Europa, o show em Paris já deve estar esgotado, então acho que eles podem ser muito bons, aqueles loucos.



Agora, quando vocês ouvem ou tocam as músicas dos três primeiros álbuns, e digo isto porque no Hate Crew Deathroll vocês começaram a soar diferente e no Are You Dead Yet? vocês deram um grande passo para longe do "antigo som". Uma vez que vocês tem esse novo som, vocês ainda se identificam com a música antiga ou vocês acham que é... uma porcaria?

- Não, não é ruim, mas o fato é que nós só fazemos música que nos soa bem e que nós estamos familiarizados. Não é como, não temos nenhum tipo de, hmm,... Nós não planejamos nada. Tudo sai...

...espontâneo?

- Isso. Quer dizer, claro, nós planejamos o que todo mundo faz sobre isso e essa música, mas tudo sai naturalmente.



Sim, e eu acho que nenhuma banda soa como eles faziam ha dez ou vinte anos atrás, mas algumas bandas nunca tocam músicas do primeiro álbum, como se eles ficassem meio envergonhados disso. Mas esse não é o caso de vocês, então?

- Não, nós tocamos músicas do primeiro álbum, mas não nessa turnê porque agora nós temos sete álbuns e está ficando difícil escolher. Tentamos sempre escolher algumas músicas interessantes que as pessoas podem não ter ouvido tantas vezes, você sabe, pra satisfazer os velhos fãs, porque nós respeitamos isso.



Eu tenho uma pergunta sobre os vocais, não sei se você pode me responder isso, mas você sabe que os vocais do Alexi mudaram durante os anos, antigamente soava como um rosnado profundo e agora é mais como uma voz gritada. Você sabe se a mudança de voz veio por causa da mudança da música?

- Eu acho que soa razoável. Acho que é porque os vocais são apenas um instrumento extra para nós...



(Janne entrou na sala, abriu seu laptop e começou a falar com Jaska algo em finlandês, aparentemente algo sobre Evergrey.)


- Ah, Evergrey. Você conhece Evergrey? Jaska me perguntou.
- Na verdade, não. Eu respondi.


Eles trocaram mais algumas palavras e voltamos para a entrevista. Eu acidentalmente passei para a próxima pergunta sem ao menos ouvir a opinião do Jaska sobre os vocais.



Vocês já conseguiram muito com essa banda, e eu acho que vocês todos estão satisfeitos e só querem continuar fazendo o que vocês estão fazendo agora. Mas você tem objetivos pessoais que você deseja alcançar, além da banda?

- Uhm... Eu tenho vontade de escrever um livro em algum momento, tem sido um dos meus maiores sonhos.


Sério? Que tipo de livro?

- Eu não sei ainda, tenho algumas idéias, mas é como eu disse, penso em fazer isso em algum momento, mas agora a banda está tomando muito tempo de mim.


Sim, acho que escrever um livro requer a capacidade de se concentrar e deixar todo o resto de lado...

- Sim, exatamente, e a banda é quase 24/7 para mim agora.


Mais alguma coisa que você gostaria de fazer?

- Hmm... talvez fazer mais algumas músicas. Mas eu acho que isso é o que todo músico sonha... eu acho.



Existe alguma coisa na banda que você se arrepende ou gostaria de ter feito diferente? E também, o que o faz mais orgulhoso?

- Bem, hmm. Para responder a última pergunta, estou orgulhoso do COB na maneira que trabalhamos duro com essa banda, não é como uma estrela cadente, estamos crescendo um pouco de cada vez e nada veio até nós assim. - Ele diz e estala os dedos. - Nós trabalhamos pra caralho, e estou muito orgulhoso de onde estamos agora, porque nós somos muito trabalhadores.

- E todas as decisões levam a isso, eu estou respondendo a sua outra pergunta... Às vezes quando você olha o que aconteceu no passado, você poderia dizer que eu teria feito isso e isso um pouco diferente, mas todas as circunstâncias que... de alguma forma  você tem que ajustar e todas as outras coisas que estão em volta. Então, eu digo que não me arrependo de nada. Nem mesmo do primeiro álbum. Ele diz e sorri.


Bem, esse é um grande álbum!

- Hahaha é, às vezes eu ouço ele e, é muito divertido, nós éramos tão jovens e tão ansiosos para fazer música e, há tanta paixão, sabe...


Eu acho que você pode ouvir isso no álbum, é realmente ótimo!

- Sim, quero dizer que é divertido e engraçado ao mesmo tempo, é muito “mau”. (risos)


Na verdade, eu li em uma entrevista antiga, há muito tempo atrás que você e Alexi decidiram nunca mais tocar In The Shadows ao vivo, porque vocês pensaram que ficou ruim. Eu não sei se é verdade, mas...

- Sim, em quase todos os álbuns há uma música que é como...

... a “maligna” ?

- Sim, a “maligna” e In The Shadows é como... quer dizer, eu nem consigo descrever a música, porque, sabe, é riff após riff e depois riff após riff... Não vamos tocá-la. Nunca.

(risos)


É, isso é uma vergonha. Eu disse e ambos rimos, mas eu fiquei aflito por dentro...


Bem, eu sei que isso toma muito tempo, estar em uma banda, sair em turnês, ensaiar, gravar álbuns. Você tem que sacrificar muita coisa para ser capaz de fazer isso?


- Sim, eu tenho feito muito isso. Agora mesmo estou me sentindo um pouco mal, porque eu tenho uma filha de um ano e tive que sair de casa.



Isso deve ser difícil.

- Sim, é duro, mas eu sou uma pessoa voltada para o meu trabalho e essa é minha vida. Quando eu era adolescente eu decidi que iria me tornar uma estrela do rock, decidi que ia fazer de tudo para isso e eu não tive tempo para nada mais a não ser a música, e toda essa coisa de família, é... Eu me sacrifiquei muito, sabe, quase minha própria saúde por praticar demais e tudo isso. Mas eu não lamento nada. Nesse momento tenho um pouco mais de tempo para a minha família, temos mais tempo para ficar em casa e consigo dinheiro suficiente para oferecer algo especial para minha filha. Eu gosto disso.



Existe alguma música da discografia inteira que significa algo mais para você, que traz certos sentimentos ou lembranças?

- Hmm. - Ele diz e esfrega o queixo. - Essa é uma boa pergunta. Sim, talvez existam muitas músicas; na verdade, no primeiro álbum, porque como eu disse, lá você pode ouvir muita paixão. Toda vez que eu o ouço memórias voltam a mim, quando estávamos fazendo isso e sabe, existem boas lembranças. Eu tinha 17 anos quando gravamos isso, e foi um sucesso, em algum nível. Quer dizer, eu nunca pensei que ele iria vender muito.



Voltando para o novo álbum então. Em Pussyfoot Miss Suicide e Ugly existem alguns trechos no início das canções. De onde eles foram tirados e por quê?

- A introdução de Ugly é retirada de House, a série de TV, somos todos grandes fãs de Dr. House. Mas o outro eu realmente não sei. Mas nós tivemos esses trechos em nossos outros álbuns, só que no Blooddrunk não teve nenhum, talvez por isso voltamos um pouco.



Última pergunta: Quais são as suas expectativas para este ano?

- Bem, eu espero que possamos ir ao Japão. Devido às catástrofes não sabemos, e nós temos a turnê que passa por lá em junho, eu espero que o país, de alguma forma, consiga controlar as catástrofes. E é claro, eu desejo tudo de melhor para eles.


Fonte: http://festivalphoto.se/index.php?page=reviews&review=853

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